Quase 20 anos após o
fim da mineração, o clima entre os remanescentes de Minas do
Camaquã é outro. Maria Elma Oliveira Dias, 64 anos, trabalhava
servindo refeições no antigo hospital e limpando escritórios.
Atualmente, sonha em se tornar dona de um restaurante que atenda
novas levas de mineiros e de turistas. Por enquanto, seu negócio é
um misto de armazém e refeitório familiar. Tem um balcão onde
vende alguns produtos, e um ambiente onde há uma única mesa de
jantar decorada por flores de plástico e um sofá.
— A gente tem
esperança que um dia reabram as minas, né? Não me arrependo de ter
ficado aqui — conta Maria Elma.
Enquanto novas minas
não são escavadas, o turismo de aventura é a nova preciosidade da
região coberta por rochas, matas e com um lago artificial
azul-turquesa formado na área de uma antiga mina a céu aberto. A
operadora de turismo da região, a Minas Outdoors Sports, recebeu 2,2
mil visitantes em 2014. No próximo final de semana, promoverá a
terceira edição do Festival Gaúcho de Esportes de Aventura. Neste
ano, até setembro, já haviam passado mais de 3 mil turistas pela
localidade.
Graças a isso, pela
primeira vez em duas décadas um número crescente de jovens está
deixando de migrar para outras cidades a fim de permanecer em Minas
do Camaquã. Nillker Dias, 19 anos, trabalha como guia de turismo
fazendo visitas a pontos como o lago azul.
— Se não fosse o
turismo, provavelmente não teria como ficar aqui — conta Dias.
Mas a vila ainda sofre
com o abandono. Na área central, onde o antigo cinema de madeira
apodrece, há lixo acumulado. A assessoria de imprensa da prefeitura
de Caçapava do Sul informa que a coleta é feita semanalmente, que
há um projeto para recuperar o ginásio, mas admite que não há nem
perspectiva de resgatar o velho Cine Rodeio— testemunha de um tempo
de rara pujança de uma vila que já esteve no centro dos
acontecimentos no Rio Grande do Sul.
fonte:https://zerohora.atavist.com/minasdocamaqua
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