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domingo, 16 de agosto de 2015

Santuário do Caaró. Caibaté.RS.2015


Santuário do Caaró - o coração das Missões
Rafael Ristow, RBS TV Santo Ângelo

O Rota Missões desta quarta-feira vai até o coração da região missionera. Nossa parada é em Caibaté, onde teve uma redução jesuítico-guarani, mas não fez parte dos Sete Povos porque era da primeira fase da história. Vamos agora, ao Santuário de Caaró.

Há dois quilômetros da BR-285, em Caibaté, fica o Santuário de Caaró. Em guarani, erva amarga. No local, foi uma redução missioneira fundada na primeira fase da evangelização dos índios, em 1628 pelo padre Roque Gonzales de Santa Cruz, acompanhado do padre Afonso Rodrigues, que foram mortos pelos índios 15 dias depois, uma ordem do Cacique Nheçú, o principal feiticeiro da região.
Inicialmente, houve uma relação amistosa de Nheçu com os jesuítas. Tanto é que os índios, a mando de Nheçu, ajudaram a construir a capela lá em Assunção do Ijuí. Mais tarde, por desavença entre os guarani e os padres, talvez pela pregação contra a poligamia ou pelo ato de batizar o índio guarani,  os índios achavam que estava sendo colocado o espírito do branco na alma desses índios, houve a revolta_diz o professor de História Sérgio Venturini.

No local, um monumento foi erguido para lembrar os padres, inclusive o padre João de Castilho, também morto pelos índios, mas na redução de Assunção de Ijuí, hoje município de Roque Gonzales. Juntos, os três foram declarados santos da Igreja Católica no fim do século passado. As imagens estão na capela do santuário bem como uma representação do coração do Padre Roque, que até hoje é preservado no Colégio dos Jesuítas em Assunção, no Paraguai.

_Quem descobriu que a antiga redução era neste lugar foi o padre Luís Ieguert, que também tinha conhecimentos de arqueologia. Mas foi só com relatos de antigos moradores, isso lá na primeira metade do século 20, que se revelou essa parte da história. É que na redução de todos os santos de caaró, as construções não tinham pedras e nem ferro. Era tudo de madeira. Por isso, não sobrou nenhum resquício.

Os índios colocaram fogo na redução em 1637, antes que os bandeirantes destruíssem o local, como fizeram com os outros 17 povoados da primeira fase da história.
O professor Venturini conta que um cacique também foi morto por contestar a brutalidade da morte de Roque Gonzales. E para a Igreja Católica, quem morre defendendo a religião tem o caminho do céu e é santo.

_Então, hoje, nós temos alguns padres, destacando-se, Dom Estanislau Kreutz, bispo emérito de Santo Ângelo, que estão lutando pela causa da santificação deste índio guarani que morreu exatamente aqui na nossa região_explica o professor.

O santuário foi criado em homenagem aos santos mártires. Tem uma ampla área verde e um espaço para missas ao ar livre. Milhares de pessoas vem em romarias e peregrinações. Buscam a água reconhecida como milagrosa.

_Aqui, no Caaró, em termos de religião católica, é o ponto mais significativo em todo o processo missioneiro, porque aqui está o sangue de dois santos da igreja católica: Roque Gonzales de Santa Cruz e Afonso Rodrigues_conclui o professor.

fonte:http://wp.clicrbs.com.br/santoangelo/2011/08/31/santuario-do-caaro-o-coracao-das-missoes/

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